31 maio 2009

Hoje foi assim...

Factos:

- Ir à feira de Santana de sandália de salto alto não é confortável, mas sobrevivi... :P

- Almoçar franguinho assado encomendado do restaurante ao Domingo é do melhor que há.

- Pedir pro Banco Alimentar Contra a Fome é divertido quando se está com uma grande vontade de rir, e quando se tem uma parvónia como a Rita ao lado.

- A maioria das pessoas que entram no supermercado, quando lhe perguntam se querem contribuir para uma campanha como o Banco Alimentar, respondem: "já dei no supermercado x", "já dei ontem", "já dei há bocado de manhã" (mas qual é a necesside que as pessoas têm de correr TODOS os supermercados da terra e arredores no mesmo dia/fim-de-semana?), "eu não venho comprar nada" (então vão ao supermercado fazer O QUÊ?), "uh, eu velho trabalhar para aqui", "E a mim quem é que me dá?!", "Isto está mau, está mau..." ou então pura e simplesmente viram a cara. Das que dão, a maioria manda as crianças entregar os saquinhos, ou então dizem "é poucochinho mas é de boa mente".

- No Minipreço da Benedita entra maioritariamente gente estranha.

- Homens de calções, meias brancas e chinelos não ficam bem, mas não se repara muito quando são ucranianos ou chineses (sem ofensa pra ninguém)...

- Um geladinho numa esplanada no final de uma tarde quente, depois de fazer uma boa acção, e em boa companhia (a Rita e a Margarida, claro está, ou seja, muito riso), também é do melhor que há.

- Depois do gelado, dar um bom passeio e ir até ao parque infantil dar uma voltinha no baloiço faz bem à mente.

- Voltar a casa, deitar no sofá e adormecer é bem melhor que ficar a ouvir o direito de antena (não vos parece?).

- Esta noite na rua está mais frio do que ontem.

- Não ter trabalhos da escola pra fazer a um domingo (ou melhor, no fim-de-semana inteiro) é fantástico!

- A minha net está mais uma vez armada em parva.

- Sou mesmo lenta: demorei quase uma hora a fazer este post (vá, não foi tanto)...

30 maio 2009

O sonho

A casa estava vazia. O lume apagado, o resto das brasas no meio da cinza ainda na lareira. Estava descalça, e caminhava com os pés sobre a tijoleira fria. Procurava algo. Vou encontrar? Não sei. Parece não estar em nenhum lado. Subi as escadas. Nada. As divisões vazias. Cheias de nada. Procurava alguém. Procurava-te a ti. Alguma poeira sobre a mobília. Nem um sinal teu. Onde estás? Não sei. Não te encontro. Talvez estejas à minha espera no jardim. Desço as escadas, saio para a rua. Procuro por entre as flores. Procuro no roseiral. Procuro junto à pequena horta que tinhas plantado. Nada. Nem um sinal teu. Talvez na fonte, vou até lá. Nada. Está seca. Subitamente o calor aperta, sinto-me sufocar. Parece quase que não consigo respirar. Sinto-me desorientada. Preciso de ti aqui. Corro novamente para casa, para procurar melhor. Perco-me. Não encontro o caminho de volta a casa. O nosso jardim transformou-se num labirinto. Corro, caio, levanto-me, corro. Algo me persegue. Preciso de ti! Olho para trás. Não está lá nada. Mas sinto. Preciso de sair daqui. Preciso de te encontrar. Sinto-me desesperar. Saio do labirinto, entro novamente em casa. A porta estava aberta. Não fui eu que a deixei aberta. Terás sido tu? Não. Não foste tu. Não a deixarias aberta para mim, antes me terias imediatamente procurado. Já não me sinto segura aqui. Onde estás? Onde estás? Não vês que preciso de ti? Fecho as portas à chave. Preciso de ti. Não me sinto segura, preciso de ti. Subo novamente as escadas, a correr, procuro por todo o lado. Abro armários e gavetas em busca de algo, de um sinal teu. Nada, está tudo vazio. Foste embora? Abandonaste-me? Não. Não o farias. Então porque está tudo vazio? De repente, a sala também está vazia. Está tudo vazio. A casa está completamente vazia, paredes brancas, chão frio, a gelar-me os pés. Onde estás?! Sinto a cabeça à roda. Onde estou? Esta não é a nossa casa. Não pode ser a nossa casa. Onde estão as minhas coisas? As tuas coisas? Está escuro, vazio e escuro. Lá fora já não há sol. Está tudo escuro. Começa a trovejar. Os relâmpagos caem sobre a casa. O barulho atordoa-me. Tenho medo. Não te encontro. Onde estás? Não te encontro… Não te encontro…
Acordo. São 6h20 da manhã.

Estou chocada

Então mas agora o hi5 até já da para ter um "perfil de namoro", e fazer e receber pedidos de namoro?
Este mundo está perdido...

29 maio 2009

Elogio

Por vezes penso que as pessoas de fora são bem diferentes das daqui. Por vezes penso que são mais simpáticas, mais especiais, menos mesquinhas e implicativas. As pessoas daqui às vezes parecem tão parvas, parece que não dão valor àquilo que têm. Às pessoas que têm. E é por isso que outras pessoas me suepreendem. Por serem diferentes. Mais calorosas, mais simpáticas, mais amigáveis.
Mas não é disso que quero falar hoje. Pelo contrário.
Hoje quero fazer um elogio não aos que estão longe, mas àqueles que estão perto de mim. Esses que, sendo de fora para os que para nós sejam de fora, talvez também sejam simpáticos, queridos e extraordinárias pessoas para eles. E se calhar só não o são uns para os outros por passarem demasiado tempo juntos. Quando passamos muito tempo com uma pessoa podemos aperceber-nos não só das suas qualidades, mas também dos seus defeitos. Quando convivemos muito com uma pessoa, quando, talvez, nos tornamos amigos, temos confiança suficiente para dizer o que pensamos dessa pessoa. Para dizer que ela não é um todo mar de rosas, que por vezes também falha. Para pensar que ela não é de todo perfeita. Para discutir com essa pessoa às vezes até à exaustão. Mas uma grande verdade é que não discutimos nem nos irritamos com as pessoas que não conhecemos, com quem não temos uma relação. É preciso que haja relação para poder haver até uma discussão válida. São as pessoas que estão perto de nós, com quem nos relacionamos, que nos fazem rir. Mas sobretudo são elas que nos fazem chorar. Uma pessoa que não conhecemos não nos magoa, não nos irrita assim tanto por ser menos correcta desta ou daquela vez. Mas aqueles de quem estamos perto, esses sim, esses não nos são indiferentes. Esses são aqueles que nos afectam, que nos incomodam quando as coisas não estão bem. E porquê? Porque gostamos deles. As pessoas de quem mais gostamos são aquelas com que também discutimos, também implicamos, pelas quais também choramos. São elas que mais nos magoam porque são elas de quem mais esperamos. Dói muito mais ser magoado por quem gostamos, do que por quem não gostamos. E apesar de todos os momentos maravilhosamente extraordinários, as amizades não são perfeitas, as pessoas não são perfeitas.
E é por isso que hoje quero fazer um elogio a todos aqueles com quem contacto no meu dia a dia. Não aos seus defeitos, mas a tudo aquilo o que faz delas pessoas especiais, extraordinárias, únicas.
À R., que sempre esteve aqui ao lado, apesar de todas as desavenças. Que por vezes se arma em parva (sim, ela sabe que às vezes é meia totó), mas que tanto nos faz rir com os seus desvarios, com o seu apetite insaciavelmente devorador. Até as suas bocas parolas e invejosas sobre toda a gente são especiais. Porque está sempre a rir, tirando nos dias em que acorda com aquele mau-humor extremo de cortar à faca. E porque no fundo ela é muito mais sentimental do que aquilo que por vezes mostra. Porque, no fundo é tão única e essencial.
À M., que pensa sempre que tem razão, e que consegue ser muito irritantezinha, muito parvinha, mas que é uma louca incurável que manda gargalhadas que se ouvem na China, e que com essas mesmas gargalhadas nos põe também a todos a rir à gargalhada. Que também nos apoia quando é preciso e também nos diz as verdades. Que é uma pessoa que se dá bem com todos, exceptuando os seus odiozinhos de estimação. Que é uma incurável louca depravada. Que, apesar de às vezes até parecer indiferente, tem dentro de si um sentimento extraordinariamente grande e arrebatador. Um impulso de vida.
À M., que é a pior disfarçada ;). Que é uma querida, que tem um ar angelical e não entra em grandes discussões (tirando uma única vez de que me lembro). Mas que no fundo é uma doida e uma maluca. Que gosta de fazer as coisas bem feitas. Que é aquela sobre quem não há muito para dizer, porque aquilo que ela é já diz tudo.
À M., que às vezes nos consegue irritar completamente com a suas maniazinhas. Que é uma taradona, mas só quando mais ninguém está a ver. Que nos faz delirar com as suas ideias mirabolantes que de vez em quando lhe surgem naquela cabeça doida e com a suas piadas totós. Que também consegue ser uma querida!
Até à A., que apesar de tar sempre a implicar comigo e de estarmos sempre a discutir, também sabe ser divertida, galhofeira e acolhedora. Que pode ser que um dia venha a perceber que não a odeio assim tanto.
À S., que mesmo não estando sempre tanto tempo comigo, me apoia quando preciso. Porque com ela posso contar. Que, apesar de já se ter zangado muitas vezes comigo por a repreender por certas coisas, acaba sempre por me dar razão. Que é uma companheira para a vida, porque já passámos juntas momentos inesquecíveis.
E mesmo à A.R., que, mesmo estando longe, nunca deixa de estar bem pertinho do coração. Que é sempre tão surpreendente como no dia em que a conheci. Que tem sempre uma resposta, uma palavra amigável. Que tem uma loucura desmedida. Que fala sempre com sabedoria e com o coração. Que sabe sempre como me animar. Que me conhece como ninguém.
E também aos meninos. Ao B., ao R., e aos outros, que apesar de tudo não deixam de ser especiais e incríveis.
E a todos os outros que estão presentes na minha vida, que apesar de tudo não deixam de fazer de mim aquilo que sou, não deixam de fazer da minha vida o que ela é, não deixam fazer parte do que são os momentos que vivo.
Porque estas coisas às vezes também são precisas de se dizer.
A todos estes, que por cada momento se tornam únicos. A todos estes, que tornam cada momento um momento especial vivido. A todos estes, a quem a maior parte das vezes não damos o devido valor, por estarmos demasiado acostumados a eles. A todos estes que são também a nossa própria vida, porque, sendo eles tão especiais e únicos cada um da sua forma, fazem tudo aquilo que seria diferente se eles não fossem eles.
A vocês. Elogio-vos.

Humpfff...

Ah, e agora esta animaleza a que chamam computador também se decidiu por os "alertas de segurança do Windows" a dizer que não tenho um software antivírus... Não tenho o caraças! Estas tecnologias são de deixar uma pessoa passada --'

Será possível ser vírus?

De vez em quando o meu computador passa-se e começa a abrir janelas de internet desenfreadamente.
Mas será isto normal?! Ok, eu sei a resposta. Não, não é normal. Mas o anti-virus também não detecta nada. Raios partam. Cá para mim é mas é o computador que é maluco.

Foi hoje...

- ...a apresentação do teatro de área de projecto no Centro Social Paroquial, sobre "o que comer para bem viver". Os meninos deliraram com os fantoches! Está um vídeo sobre um ensaio emprovisado (porque não tinhamos os textos) no blog da Margarida. ;)

- ...a consulta no Sr. Doutor para passar o atestado médico para poder tirar a carta de condução (que afinal tinha de ser uma consulta própria, e eu não sabia, por isso marquei consulta normal, mas foram todos muito queridos e simpáticos e atenderam-me na mesma). Chegei lá alagada em água, com um calor destes (como fui a andar depressa porque já estava atrasada ainda pior), e lá dentro não estava mais fresquinho. Pobres das enfermeiras, enfiadas num forno daqueles, estavam a morrer com as batas vestidas...

- ...que tirei fotografias para os mesmos efeitos do atestado (carta de condução) que ficaram semi-horrorosas mas também já era de esperar, e como toda eu escorria água ainda pior.

- ...que também ajudei o R. a levar a magnifica maquete da casa autosustentável (trabalho de área de projecto do grupo dele) para o carro da prima, uma vez que as fotos demoravam meia hora a fazer e por isso ainda não podia ir à escola de condução inscrever-me, e já que também não encontrava a R. e a M. (que não estavam no sítio onde disseram que iam estar e eu não tinha bateria no telemóvel), ao menos ajudei o rapaz a acartar o monstruoso objecto de madeira (e foi durante esse trajecto, que ainda foi grandito (vá, uns 300 ou 400 metros) que a quantidade de água do meu corpo ficou reduzida aí a metade, a evaporar-se por todos os poros...). Vá lá, ele foi um querido e disse que depois me pagava um gelado.

- ...que fui finalmente à escola de condução inscrever-me, depois de ter ido buscar as fotografias e ter o atestado do médico. Disseram-me que a próxima turma ia começar as aulas de código entretanto, e que depois me avisavam. Não sei bem se me sinto preparada...

- ...que, para terminar o dia em beleza, fui ter com a M. e a R. (que entretanto já tinha descoberto onde estavam) ao café, onde também já estava com elas o R., e depois fomos ao outro café comer um geladito (eu e a M, porque o R. bebeu uma imperial e a R. aproveitou-se do facto para surripar os tremoços). E giro giro é que a concorrência entre os estaminés é tão grande que os empregados de uns passam a vida enfiados nos outros (estava eu a comer o meu gelado quando entra o empregado do café onde tinhamos estado antes, com o avental e tudo)...




E assim se passou uma tarde bem ocupada... E finalmente, casa casinha, ai que a minha sala é tão fresquinha!

28 maio 2009

Acabaram!...

Os testes, testezinhos, testezões... Os últimos. Últimos mesmo. Últimos de sempre (do secundário). Yiipiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Exames à parte, agora só falta a apresentação de uns trabalhitos...
Amanhã é dia de ir ao Centro Social Paroquial apresentar aos meninos o teatro de fantoches...

Que tanto trabalhinho nos deram a fazer!





(E agora numa de lamechas) após estes três anos, apesar de todos os contratempos, alguns momentos começam já a deixar saudades!


12ºA 2008-2009 Externato Cooperativo da Benedita


Para a semana acabam as aulas. Na sexta é a entrega dos livros de curso e o baile de gala. Sou finalista! Ai mãezinha.
Só faltam os exames para me poder considerar de férias. Bem, vá, quando acabam as aulas, já me considero de férias. pensado bem, agora que acabaram os testes já me considero não-oficialmente de férias.
O futuro é desconhecido...

27 maio 2009

Pfff...

Vou tirar prai um 8 no teste intetrmédio de matemática. Boa, não é?! --'
Eu bem digo, que estudar muito ou pouco para matemática vai dar ao mesmo. Mais vale estudar para psicologia, que ao menos vejo o esforço recompensado...

21 maio 2009

Lalala lala

Não quero ter três testes nesta próxima semana que se aproxima. Não quero ter intermédio de matemática. Não quero ter intermédio de matemática! Não quero, não quero, não quero! NÃO QUERO. Não quero mesmo. Não quero estudar aquela porcaria toda e fazer montes de exercícios para depois ter uma nota horrorosamente horrorosa, que me vai lixar a média toda. Não quero. Quero dormir. Quero não fazer nada. Quero fazer tudo.


Quero férias!!!
-.-'

20 maio 2009

"Amor comprado"

Esta foi a expressão que surgiu hoje numa aula de português e me fez pensar: "amor comprado". Será que o amor pode ser comprado? Surgiu a propósito do Memorial do Convento, em referência às relações que se estabeleciam em Mafra aquando da construção do convento. Mas o amor, se é amor, não pode ser comprado. O sexo sim, e penso que era a isso que a professora se referia quando usou essa expressão. Ao sexo comprado, em Mafra, que fazia alastrar todas as doenças horrorosas numa descrição mais horrorosa ainda, em oposição ao amor natural vivido por Baltazar e Blimunda, sete-sóis e sete-luas, respectivamente.
Amor. Amor natural. Amor espontâneo. Amor verdadeiro. Amor comprado. O amor pode ser comprado? Não, não pode. O amor não é físico. Não se vê, não se cheira, não tem preço. Portanto não pode ser comprado. É tão valioso que não tem valor. Digamos, é invalorizável. E quando digo amor, não falo em namoros, nem em beijinhos. Não falo mesmo em qualquer gesto de amor, mas no amor em si. O amor essência. O tal que não se compra nem se vende, porque não está em nós poder escolher comprá-lo ou vendê-lo. O amor não está à venda, por isso não se compra.
Não há amor comprado, só o amor encontrado.
Amor...
Amor tão grande, profundo, sublime...

17 maio 2009

Acho que algumas pessoas gostam de dormir à noite, mas...

Os Função Públika estão neste momento a actuar na Benedita.
Se na minha casa, a 4 km, se ouve a música, nem quero imaginar quem mora ali ao lado...

16 maio 2009

Enfim...

Porque é que me apetece dizer e fazer coisas estúpidas, e tudo e mais alguma coisa, menos ESTUDAR!?

14 maio 2009

Acho que estou a enlouquecer...

Ou eu estou a ficar louca, ou o meu blogue decidiu por-se a alterar mensagens sozinho.
Primeiro foi no post "ele há cada coisa...", em que a letra aparecia reduzida para aí a tamanho 1, ou seja, completamente ilegível e a parecer um rasto de formigas (juro que não fui eu que reduzi a letra, até porque no blogger nem dá para escrever com letra tão pequena).
E agora, foi no último post, em que "marmelada" se transformou em "marmela". Era capaz de jurar que escrevi bem a palavra... E mesmo que tivesse escrito mal, não ia dar logo duas vezes o mesmo erro. Duas vezes!
E depois lá tenho eu de andar a corrigir posts antigos, para não dar má impressão, não é...
Estou a enlouquecer, o blogue anda marado, ou é só o ecran do meu computador que me faz ver as coisas de maneira esquisita? Acho que estou a precisar de férias num local paradisíaco...

09 maio 2009

Bom bom é... #2

A marmelada e o doce de pêssego da minha mãe *.*

O doce, há quem diga que é o melhor do mundo...
A marmelada, até os seguranças no aeroporto, depois de decobrirem que não é uma bomba, lambem os dedos por mais...

08 maio 2009

Conversas de autocarro...

- Sabes ou não? Onde é que desagua o rio Tejo?
- A gente aprende isso... Eu sei. Mas agora não me lembro. Tenho de pensar um bocadinho...


(não é preciso dizer mais nada, pois não?)

Ele há cada coisa...

Contou-me a minha mãezinha que ontem, andava ela cá por casa, na sua lida, quando começa a ouvir barulho vindo da rua, vozes e risos. Decide então ir espreitar, vai até ao portão e vê uns quantos moços a rir à gargalhada e a tirar fotos ao pé da placa que diz “Venda das Raparigas” (que é o nome da minha terrinha), e a comportarem-se como se ali estivesse, de facto, uma rapariga. E o pior é que já não é a primeira vez que isto acontece!
Mas deixem que vos explique… Venda é a palavra que designava antigamente uma loja. Havia então por aqui uma lojinha, onde trabalhavam raparigas (moças, meninas, jovens, entre outros sinónimos), e que, por este ser um local de passagem entre Lisboa e Porto, ficou muito conhecida. Quem vinha de viagem, precisava de parar para comprar algumas coisas, pois no tempo dos carros de bois não se andava propriamente a 120 km/h na Estrada D. Maria Pia. Ficou então o local conhecido como a venda (loja) “das raparigas”.
Pois é meus meninos, lamento informar-vos, mas não há aqui disso! Só um bocado mais acima! Não se vendem realmente aqui raparigas.

A Benedita anda ao rubro...


Se não ora vejam. Esta semana (desde Segunda até Domingo) estão a decorrer mil e uma coisa. Para começar, estão a decorrer (com final no sábado) o Festteatro (festival de teatro) e a Feira do Livro (onde ocorrerão montes de sessões de autógrafos e coisas assim), penso que ambos inseridos na "semana da cultura e das artes", razão pela qual também está a o Externato Cooperativo da Benedita (Perdão! O Instituto Nossa Senhora da Encarnação! Muito mais chique, hein?) todo enfeitado com os trabalhos dos alunos de artes (alunos do secundário, claro está), e um pouco desenfeitado (tirando um ou outro que até se aproveita) pelos trabalhos dos alunos do 3º ciclo feitos nas aulas de visual. Já no sábado vai haver, à noite, a Vacada na praça de touros montada no largo da feira, e vão haver tasquinhas no recinto lá ao lado, como já tem vindo a ser costume. Depois no Domingo de manhã terá lugar o fantástico evento "Benedita em Movimento", evento esse em que a Avenida Padre Inácio Antunes é encerrada ao trânsito, para os beneditenses e não só andarem a correr, e a andar de bibicleta, e a fazer desporto em geral por ali a fora. Giro giro vai ser se este ano também se praticar a modalidade "equitação", dado que em dia de tourada é habitual haverem pessoas a passearem em cavalinhos pela referida avenida. A tal de tourada é à tarde, às 17 horas, mas vão haver tasquinhas todo o dia, com almoços, e jantares, e lanches, e outras coisas que não são de comer à venda (e no intervalo da tourada é ver toda e gente ir à casa-de-banho... Perdão! As mulheres vão à casa-de-banho, daquelas móveis horrorosas e mal-cheirosas, e os homens vão à mata [têm algumas vantagens, não é]...)
Ora bem, mas para além de tudo isto que se tem passado e irá passar nesta semana, a Benedita está ao rubro é mesmo porque este mesinho (mais propriamente no dia 16) faz 25 aninhos como vila! E então é razão para festejar todo o mês, com montes de eventos super especialíssimos! Jogos, teatros, tourada, rally papers, música... de tudo um pouco! Até fizeram favor de cá vir os "Lords" e a "Função Publika" e, maravilha das maravilhas, os concertos são de entrada livre! (não compreendo como é que não há dinheiro para as iluminações de Natal, mas depois há dinheiro para um mês inteiro em festa, com concertos de entrada livre, de bandas que, pelo que se diz, até nem costumam levar assim tão baratinho... Mas pronto, interrogações minhas à parte...).
Por aqui se pode ver como é fantástica esta terra, esta terrinha, esta Benedita! Pelos seus 25 aninhos tem direito a uma festa de mês inteiro!
Quando fizer 25 anos posso ter uma festinha assim? Posso posso possooo, vá lá, possooooooo! *.*


(E depois disto só me apetece cantar...)

(...)
No dia em que o rei fez anos
Houve arraial e foguetes no ar
O vinho correu à farta
E a fanfarra não parou de tocar

E o povo saiu à rua
Com a alegria que costumava ter
Cantando se o rei faz anos
Que venha à praça, para nos conhecer
(...)

07 maio 2009

Ser Poeta



Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendos
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e cetim…
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente…
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!


(Florbela Espanca, «Charneca em Flor», in «Poesia Completa»)

02 maio 2009

.

Penso no que me disseste todos os dias. Coisas que parecem tão simples, tão pouco importantes, podem transformar-nos. E eu sinto! Não sei o que sinto, mas sei que sinto. E sei que quero encontrar, mas não sei ao certo o que procuro… Afinal, o que procuramos todos nós? Sei que posso e que tenho de fazer mais. Mas não sei por onde começar! Há coisas que custam tanto… Há dias em que parece que não somos ninguém no mundo. Há aquelas alturas em que tudo parece ser contra nós. Porque é que é tão difícil? Porque é que dói tanto? Não podia ser tudo mais fácil?...
Tantas perguntas, tão poucas respostas! Umas vezes quero seguir em frente, outras quero apenas ficar no meu canto. Muda tão depressa… Sei que não me posso deixar ir pelo caminho errado. Sei que é por outro lado o caminho certo! Mas que lado? Fizeste-me pensar, a sério que fizeste. Afinal, por onde queremos ir? Todos procuramos algo, mas nem todos sabem que procuram, e muito poucos sabem o que procuram. Queres encontrar? Só tens de seguir em frente, vais no bom caminho. Podes até ainda estar à procura, mas já foste encontrado. Eu não sei se já encontrei, mas tenho a certeza de que já fui encontrada. E isso provoca em mim um desejo tão grande de virar o mundo do avesso! Mas o mundo é tão grande, tão frio, tão difícil de mudar… Porque é que não nos querem ouvir? Custava assim tanto ouvir? Ou, pelo menos, aceitar opções diferentes? Porque é que o mundo nos vira as costas?! Não podemos deixar que isso aconteça. Preciso de força… Preciso de alguém que me entenda! Mas porque é que não há ninguém, porque é que está tudo tão vazio? Parece uma cidade deserta… Porque é que ninguém entende? O que sinto é tão grande, tão forte…
Oh, o que disseste fez-me pensar tanto. Podes nem te ter apercebido, mas tocou-me de uma maneira tão invulgarmente estranha! É tão… estranho… Sinto-me tão inquieta! Umas vezes sinto-me tão bem, outras tão mal… E tudo oscila tão depressa. Oh, porque é que não estás aqui? Tu e os outros… Porque é que não estão todos aqui? Não vão ficar longe, não do coração, não? Oh, preciso de vocês! Quero descobrir o outro lado da vida. Quero descobrir um mundo novo. Queres vir comigo, dar-me a mão? Vens comigo, vens?

01 maio 2009