23 outubro 2008

Palavras nossas



Apeteceu-me escrever.
Não sei porquê.
Apesar do cansaço, simplesmente
peguei na caneta e deixei-me levar pelas ondas
de palavras alegres e tristes,
que soavam como a maresia
numa manhã de Primavera.
Hoje vivo num barco que balanceia
Ao sabor dessas ondas.

Está frio lá fora.
Mas cá dentro o conforto suave,
A calma da lã que me abraça e aperta
De encontro aos teus olhos tristes.
Pelas frestas vem o vento,
E o teu olhar gela,
Nítido como o sopro do mar.
Posso senti-lo aqui
Como se de facto me estivesses a olhar.
Mas estás longe, e eu
Balanço. Ando de letra em letra.
Por entre as frases, à procura de ti.

Sei que te encontro em mim.
Escrevo e sorrio,
Porque no fundo sei que é em ti
Que me encontro.
Estás ali como eu estou.
Reconforto-me nas palavras nossas
Porque juntos as dissemos.
São nossas.
A.P.

07 outubro 2008

COMO EU ODEIO TRANSPORTES ESCOLARES, CRIANÇAS BARULHENTAS COM A MANIA QUE SÃO ENGRAÇADAS, NETS LENTAS EM TERRAS DE NINGUÉM E BARES DE ESCOLA


Bom. Talvez seja melhor abreviar o título apenas para "as coisas que eu odeio". Porque de facto existe uma série de coisas que me deixam completamente furiosa, e a lista cresce de dia para dia!

Para começar... os transpostes escolares... aliás, os transportes públicos em geral, mas de um modo especial os TRANSPORTES ESCOLARES. Ora uma pessoa tem de se levantar cedíssimo para apanhar um autocarro que vai cheio de putos, que ainda por cima às vezes vem tardíssimo... E, às horas de almoço e ao final da tarde, além dos PUTOS BARULHNTOS COM A MANIA QUE SÃO ENGRAÇADOS, uma pessoa ainda tem de ir em pé, ser esmagada e pisada inúmeras vezes, levar uns quantos encontrões e ainda conseguir agarrar-se e segurar as coisas com que tem de ir carregada... Do género, um miúdo vai sentado ao lado do outro, as suas tralhas a ocupar o banco atrás deles, em vez de lá poderem ir sentadas PESSOAS, e vão a falar, ou melhor, a berrar um para o outro, como se fosse intenção o autocarro inteiro ouvir! Eu pergunto-me... Se falassem num tom de voz normal, será que não se ouviam um ao outro na mesma, e escusavam de deixar o resto dos viajantes com um bela dor de cabeça?? E depois a parte dos encontrões e esmagamentos. Horrível. Uma pessoa vai a tentar agarrar-se e que as coisas não lhe caiam todas no chão. O condutor vai tão depressa nas curvas que quase se voa. Mais de metade das pessoas vão em pé, comprimidas que nem sardinha em lata. Vão uns putozinhos irritantes aos encontrões, de modo a dar cotoveladas, pisadelas e afins às pessoas que vão ao lado em sofrimento (do género, eu). E gente que nem se preocupa em tentar não ir para cima dos outros e deixá-los espaparrados contra uma janela. Como já disse, os miúdos em vez de falarem, gritam. Tudo isto junto, é um verdadeiro caos para quem só queria ir pra casa depressa, sossegado e em paz. A Marta e a Rita que o digam também. Não é nada agradavel levar pisadelas de putos armados em engraçadinhos, encontrões de gente completamente parva que ainda goza quando temos de gritar "com licença!!!" alto e bom som para que possamos sair daquele jardim zoológico móvel, cotoveladas, etc. Não é nada agradável, mesmo! É de se chegar a casa piurso. Quando se vai carregado com um saco de educação física, então, só apetece dar com ele numas quantas cabeças...

E depois de comentados os 2 primeiros tópicos do meu título, vem o 3º: NETS LENTAS EM TERRAS DE NINGUÉM. Resumindo: quer-se enviar um documento em anexo por e-mail, não se consegue. Quer-se ver um vídeo no you tube, não se consegue. Quer-se abrir um site em condições, não se consegue. Quer-se falar no MSN sem ir abaixo montes de vez, não se consegue. Quer-se postar descansadamente no blog, consegue-se apenas com muita paciência e esforço para não mandar o modem à parede. É que em terras de ninguém (sim, porque segundo as placas a terra em que eu moro é... não é. Deve ser a terra de ninguém...) quase não há sinal, com nets portáteis. São a maravilha das maravilhas modernas, sim, mas não numa terra chamada Venda das Raparigas, em que apenas apanha gprs e mal, que pertence a uma outra terra chamada Benedita, em que apanha bem, mas mesmo assim a velocidade máxima que atinge é uma treta comparado com as grandes cidades. Claro que tenho muito orgulho da minha terrinha! É a melhor do mundo! Mas para se ter uma net portátil, não, não é grande coisa...

4º... BARES DE ESCOLA. Uma pessoa vai lanchar num intervalo de vinte minutos. primeiro vai carregar o cartão, e espera numa fila onde bormalmente estão pessoas à frente que nem sabem que lá estão a fazer, porque chega a vez delas e tão lá que horas como se tivessem acordado de repente e estivessem na lua. Depois chega-se finalmente ao bar. Está uma montanha de gente lá enfiada, e tem de se esperar mais umas quantas de horas para finalmente chegar perto do balcão. Depois vêm uns engraçados armados em bons que se metem lá e não sei como nem porquê, são sempre atendidos primeiro com toda a naturalidade, mesmo que tenham atropelado duas dúzias de pessoas para lá chegar. Depois leva-se uma data de encontrões, tanto das pessoas que estão à frente a tentar sair da montanha de gente como dos que estão atrás, qunado somos nós a tentar sair. Excepto quando tivémos tanto tempo à espera para ser atendidos que já não há mais ninguém atrás, pois já passou tudo à frente, foi atendido primeiro e já basou dalí para fora enquanto outros continuam a morrer de fome à espera de ser atendidos. Ser baixinho também não ajuda muito. E quando estão quatro pessoas para atender, e quatro para ser atendidas, e mesmo assim tá-se lá que tempos, só dá vontade de saltar para dentro do balcão e servirmo-nos nós mesmos...

Depois há outras coisas que eu odeio, como colegas de turma armados em engraçados e a fazerem-se de vítimas. Como todos os miudinhos que andam pela escola e tratam os mais velhos de igual para igual, sem um mínimo de respeito. Como dias de chuva em que uma pessoa vai para a escola atafulhada em tralha. Como ser acordada aos berros... Enfim... E a lista vai crescendo... Há que ter paciância!

03 outubro 2008

Aulas, aulinhas!


Ora bem. Isto este ano é só surpresas...
As aulas começaram, e já lá vai quase um mês... Embora não pareça, já estamos em Outubro. E contudo, como a Rita dizia, no seu "resumozinho"zão ainda não estamos completamente atolados em trabalho! Se formos bem a ver, no ano passado, por esta altura já estavamos atafulhados de fichas, trabalhos de casa e afins. E mais. A matéria de matématica até tem sido agradável! (por enquanto...) Nem parece que estamos no 12º ano... Depois de termos ouvido tantos horrores de que é super complicado e blá blá. Ora, nunca pensei na minha vida que um bloco de 90 minutos mais uma aula de 45 a seguir, separados apenas por um intervalo, pudesse acabar por se passar rápido. E tanto a matemática como a português não chegamos todos ao final da aula com uma vontade tão grande de sair dali que só nos apetece correr em direcção à liberdade. Esquisito. Mais uma coisa a surpreender-me: não sabia que estudar Fernando Pessoa e seus heterónimos era tão interessante. Tem (ou melhor, têm) poemas tão bonitos! São realmente agradáveis de ler. Também me surpreende que a stora de Psicologia saiba fazer coisas fantásticas a computador, usando programas fantásticos, mas depois não perceba nada daquilo, e que faça power points a cor de rosa e vermelho, o que é deveeeras agradável à vista. E ainda me surpreende que, apesar de termos que fazer um portefólio, nunca tenhamos trabalhos de casa. Aliás, como já disse, que no geral não tenhamos montanhas de trabalhos de casa. Agora falando das outras disciplinas (este ano temos só 6!), a áres de projecto não se faz nada. Todas as semanas temos um projecto diferente que vai ser suuuuper fixe, mas afinal de contas na semana seguinte já está completamente fora de questão. Agora parece que finalmente ficou decidido irmos animar os meninos do centro com joguinhos e teatrinhos engraçados e educativos. Em biologia e geologia, não há aula nenhuma no mundo nem em planeta nenhum em que os alunos "maltratem" tanto a professora como nós... :) coitadinha... agora até está sem voz, e nós fomos tão maus e aproveitámos para não fazer nada na aula, e ainda gozarmos um bocadinho com o facto de ela tentar falar para nós e não conseguirmos perceber patavina do que ela dizia. A matéria, essa é uma seca. Geologia. Pedras, pedregulhos e calhaus. Nem sequer há experiências de jeito para fazer! Espero que venha rápido a biologia, para irmos estudar coisas giras e fazermos experiências engraçadas como abrir corações e ainda fazer explodir algumas tinas... e por fim. A maior das maiores surpresas do novo ano lectivo: educação física. "Professor José Vinagre? Oh não, vamos morrer! Ele é tão exigente! Vai-nos matar de cansaço!". E efectivamente mata. Estou toda dorida, nem me aguento nas perninhas... Nem eu nem o resto das meninas da turma, porque os rapazes, já se sabe, ah e tal sao todos uns grandes valentes-musculados-que fazem-montes-de-desporto-tipo-jogar-à-bola-ou-natação-e-nunca-se-queixam-de-dores-musculares-porque-são-muito-resistentes. E é assim todas as aulas, saimos de lá mortinhas de cansaço e dores nas perninhas e nas costazinhas. Mas as aulas são tão agradáveis. (o quê? eu a dizer que aulas de ef são agradáveis? Devo de estar doente.) Ou então são os efeitos de um bom professor que sabe motivar os alunos. Incrivelmente, explica bem, e em vez de testes manda fazer trabalhos. E eu que pensava que o stor a dar aulas era um bruto a dar ordens como se tivesse na tropa. Afinal, além de ser bom professor, até é carinhoso para as meninas... Sim, tem pena de nós... das nossas dorzinhas. E pela primeira vez na vida tenho um professor de educação física que nos consegue explicar bem o que devemos e como devemos fazer, na altura em que temos de o fazer. Ou seja, em vez de aulas teóricas secas e aulas práticas em que temos de aplicar a teórica por nós, dá a teórica enquanto fazemos a prática e assim as aulas tornam-se muito mais interessantes e produtivas! Agora percebo realmente como um professor pode ser motivador para os alunos, ou o contrário. Bons professores tornam as aulas mais agradáveis, e assim é mais fácil aprender, e dá mais gosto. As nossas aulas de educação física são um exemplo disso. Não é só por o professor ser giro que motiva os alunos. É porque explica bem. Puxa por nós, mas sabe fazê-lo. As aulas são muito cansativas, mas não são completamente secantes e detestáveis. Até nos apetece sempre ter educação física! Até porque é bom para a linha... :) E actividade física faz bemfaz bem à saúde.
Bem, está realmente a ser um bom início de ano. Espero que as coisas se mantenham assim... Assim sim, torna-se agradável estudar. Trabalho, mas não demasiado. O tempo chega para outras coisas. Que vem ai ainda muito trabalho, lá isso vem... Mas como também temos menos disciplinas, talvez não se acumule tanto... I hope so!