07 maio 2008

Palavras soltas




São apenas palavras,
Estas, que digo.
Sejam elas de amor ou de esperança
São apenas palavras...
Palavras vindas do coração,
Palavras que saem disparadas
E disparatadas
Sem ver onde atingem,
São tudo palavras.
Palavras escondidas por trás de um olhar,
de um toque, de um sorriso...
Palavras que enterro atrás de lágrimas,
Palavras que pulam e riem.
Apenas palavras...
Com que posso dizer
Amo-te, adoro-te, espero-te, confio-te,
Admiro-te, preciso de ti.
Ou descerver, apenas,
O raio de sol que por entre nuvens
Se solta e aponta,
Como um risinho feliz e ternurento
De luz e cor, brilhando
E aquecendo corações.
Palavras outras,
Ocas.
Por vezes acontece.
Saem-nos palavras soltas
Que sem dó nem piedade
Atingem quem não merece.
Afinal, ninguém merece.
As palavras de amor?
Que corram a sete ventos
Entre mares e tempestades
Para levar a Boa-Nova
De um sorriso.
As palavras de ódio...
Essas, que se escondam
Por trás dos rochedos
E fiquem lá para sempre
Enterradas.
Existem
Meras palavras,
Palavras de esperança,
Palavras únicas,
Palavras inventadas,
Palavras coloridas,
Palavras maltratadas,
Palavras desviadas,
Palavras engraçadas,
Palavras felizes,
Palavras passadas,
Palavras eternizadas.
Mas são tudo palavras.
Algumas,
Palavras são, apenas,
Mas com a força de um trovão,
Que iluminam, que incendeiam, que ardem,
Que ficam gravadas.
Outras, são apenas, apenas palavras.
Adriana Policarpo