21 janeiro 2014

Fraqueza e Medo

É esta vontade de fazer mais que me impele. Que por vezes me tira o sono. O "ser mais". Este "ser mais" que tantas vezes me inunda, tantas vezes o desejo. E por alguns momentos, sinto-me quase capaz de mudar o mundo. Ou, pelo menos, com energias para tentar.
Mas, do outro lado, assoma a desmotivação. A frustração. O sentimento de impotência. Saber que sou tão pouco. Saber que não sou nada. Sentir que faço tão pouco. Na verdade, nunca fiz nada. Nunca dei um passo para lá das evidências. Nunca arrisquei. Nunca fui para lá da zona de conforto, com medo de não ser capaz de lidar com a pressão.
Sim, medo.
Tenho medo. Tenho medo porque sou fraca. Porque sou preguiçosa. Porque, no fundo, não quero ficar mal. Não quero ficar pior do que os outros. Sou egoísta. Não me importo de fazer tudo o que posso pelos "outros". Mas, por norma, esses "outros" são aqueles que me importam. Que me dizem muito. Que me fazem superar-me. Aqueles que, de algum modo, estão no meu coração. Mas... E os outros "outros"? Onde fica o "dar sem esperar nada em troca"? Onde cabe o dar gratuitamente, o "dar-me"?
Tenho medo de não ser capaz de arriscar. Medo do peso da responsabilidade. Porque isto de darmo-nos tem bastante que se lhe diga... E se não sou capaz? E se desiludo os outros? Se consigo descer ainda abaixo das expectativas?
Tenho medo. Medo de me perder nas minhas ilusões, e nas minhas desilusões. Medo de ficar sozinha, e fria. Por nunca ter posto em prática o fazer mais. O ser mais.
Na verdade, não sei bem se alguma vez fui alguma coisa para alguém. Ou se alguma vez alguém se orgulhou verdadeiramente de algo que eu tenha feito.
Afinal, é verdade. Não passo de uma criança que nunca saiu da sua zona de conforto.