30 outubro 2013

Saudade

Hoje voltei a ter saudades.
Daquela coisa que não sabemos exactamente o quê. Daquilo que nos ampara o coração e o faz bater mais forte. Aquele sentimento simultaneamente tão cheio e tão vazio. Tão tudo e tão nada. Tão inteiro e tão despedaçado.
Já não sei se é o que nos torna mais humanos, se é o que nos torna mais susceptíveis. Ou se é o que nos torna mais humanos, tornado-nos mais susceptíveis. Se por vezes a vida corre a um ritmo alucinante, e parece não haver tempo para nada, noutras alturas parece que o tempo subitamente pára por uns momentos. Fica em suspenso, num momento em que temos tanto em tão pouco. Apetece-nos dar tudo, e apetece-nos não dar nada, ficar no nosso canto, envoltos nos nossos pensamentos e mágoas, sentimentos e lembranças. E apercebemo-nos de que somos felizes nas pequenas coisas. E de que somos felizes neste preciso momento. Mas ao mesmo tempo sabemos que podemos ser muito mais.
E vêm à memória pessoas que não vemos há bastante tempo, e que de repente nos fazem sentir saudade. E outras, de quem nunca fomos muito próximos, mas de repente pensamos se não o poderíamos ter sido, noutras circunstâncias. E as pessoas que conhecemos à menos tempo, mas já nos enchem o coração. Contrariamente, há aquelas pessoas de quem vamos sabendo notícias, e que vamos encontrando, mas que tentas vezes nos dizem tão pouco, significam tão pouco... E as pessoas que nos dizem tanto, mas que subitamente, não sabemos se nos dizem assim tanto...
Mas afinal, de que somos feitos nós? De pedacinhos? De momentos? De recordações? Um bocadinho de cada um que conhecemos? Das nossas atitudes num momento concreto? Das nossas atitudes num bom momento? Das nossas atitudes num mau momento?
Acho que de tudo um pouco, talvez.
E quando nos sentimos perdidos, encontramo-nos.
E quando nos encontramos, sentimo-nos perdidos.

Não sei se me perdi, ou se me encontrei.
Amanhã é um novo dia.

19 janeiro 2013

Sobre revolução e mudança

Não é preciso que todos façam uma revolução no mundo. É preciso que em cada um haja uma revolução. Não é preciso ir por ai mudar o mundo. É preciso que cada um mude. Quantas vezes não queremos mudar o mundo, antes de mudarmos o nosso coração? Quantos por ai não acham que o mundo precisa de mudar, mas não fazem um esforço para que nada em si seja diferente?
Do mesmo modo que não se pode começar a construir uma casa pelo telhado, não se pode começar a mudar o mundo pelo que está mais distante de nós. Antes, é preciso construir as fundações e alicerces. É preciso que a mudança comece em nós. Sermos diferentes, para melhor. Fazer um esforço por ter uma atitude cada vez melhor perante a vida e suas adversidades. Reparar nos erros, nas pequenas falhas que, futuramente, certamente darão problemas. É preciso uma construção sólida. E depois, tapar fendas, desentupir canos. Cuidar para que não se degrade. É preciso um trabalho constante para que tudo se vá mantendo agradável. Não é num momento, nem noutro. Mas sempre, a cada minuto, a cada segundo que passa. É um trabalho contínuo, para a vida. Há sempre algo a cuidar.
E então, munidos da consciência de que este trabalho tem de ser incessável, estaremos aptos para partir pelo mundo. Ou pela rua ao lado. Pelo vizinho, ou pelo primo. Pelo irmão. E se em cada um operar esta mudança, será como a onda de impacto de uma pequena pedrinha atirada ao lago. Depois das fundações, dos alicerces, das paredes e pilares, o telhado ficará bem construído.
De que interessa ser rebelde e querer mudar o mundo, fazer uma revolução, se não nos revolucionarmos a nós? De que importa sair pelas ruas gritando que é preciso uma revolução, sem sermos nós os alicerces de que ela precisa?
Sim, podemos mudar o mundo. Não de uma vez, mas passo a passo. E o primeiro passo está em nós.
Revolucionar não é mudar o mundo. É sermos nós a mudança.

06 janeiro 2013

Não me importava nada...

De viver na cidade onde faz sempre sol!


Até porque elfos são fofinhos... Mas já agora, não me importava nada de passar pelo belo Shire...


Nem mesmo me importava de conhecer um anãozinho!