31 agosto 2009

Taizé - No words to discribe

Taizé é mais do que tudo uma experiência para a vida. Não é possível explicar por palavras, nem mesmo por imagens, aquilo que se vive lá. Ainda assim aqui tento deixar alguns pontos-chave... Apesar do cansaço (sempre são cerca de 24 horas de autocarro) é muito gratificante o que se traz no coração.


Partímos da Benedita já passava das 10 e meia da manhã do dia 22 de Agosto. Do nosso grupo iam pessoas da Bendita, Turquel, Alfeizerão e Évora de Alcobaça. No autocarro ia já gente do Norte, de Leiria, e juntaram-se a nós na fronteira a malta de Belas. Depois da longa viagem chegámos finalmente, já no dia seguinte. Montámos as tendas e almoçámos.

Voltar a entrar naquela igreja foi uma sensação extraordinária. Aquele espaço, aquelas cores, aquela simplicidade... Em Taizé a vida é assim: simples. É por isso que é tão cativente. Lá não se sente falta da televisão, nem do rádio, nem de um computador, nem da Internet... talvez nem mesmo do telefone. As orações são de uma beleza e simplicidade extraordinária. O lago transmite uma calma cativante. Os grupos de reflexão fazem-nos crescer em contacto com o mundo e partilhar experiências. O trabalho acaba por ser divertido. Até as refeições nos vão parecendo óptimas (mas não, não há nada como a boa comida portuguesa!)...

Nas três orações diárias, os cânticos tocam-nos o coração, e os sete minutos de silêncio fazem-nos pensar e interiorizar tudo o que se vai vivendo ali. Nesta semana senti-me verdadeiramente tocada pelo amor de Deus. Senti que não é preciso ter vergonha, que posso afirmar aquilo em que acredito. E mais uma vez senti que devo avançar. "Então, cada um é convidado a interrogar-se: em que sentido sou agora chamado a ir mais longe? Não se trata necessariamente de «fazer mais». O que somos chamados é a amar mais.". Este foi o excerto da Carta do Quénia sobre o qual fomos convidados a reflectir no último dia dos grupos de reflexão. Devo dizer que caiu no meu coração como uma chama que derrete o gelo. Aqui encontrei algumas respostas, mas também muitas perguntas... Por onde começar? Como posso eu amar mais? E tudo parecia ir encaixando aos poucos.. Na noite antes, a noite de sexta-feira, tinha sido a oração em volta da cruz. Alguns de nós foram para a igreja depois e lá ficaram até tarde. E no sábado à noite a festa da luz... Nessa noite voltámos novamente à igreja, mas o cansaço era muito e os olhos começavam a fechar-se...

Os momentos que mais me marcaram? Além de todo o convívio, da paz transmitida por aquele lago magnífico, interiormente o que mais me tocou foi a oração de sábado, com a festa da luz. O acender das velas foi tão arrepiante e tão reconfortante... Se nas orações dos dias anteriores me tinha dado vontade de chorar (não devido a problemas pessoais ou algo do género, mas porque tudo o que se vive alí é muito forte e faz-nos pensar muito), naquele moemento deu-me vontade de sorrir, de cantar aqueles cânticos a plenos pulmões... Foi uma tão grande emoção... E o outro momento foi na noite anterior: a confissão. Confessei-me ao Pe. Rui Barnabé, de Aveiro, e devo dizer que foi uma das coisas que mais gostei de fazer lá. Pode parecer um pouco estranho, mas foi muito bom conversar com ele, ouvir os conselhos que tinha para me dar, naquele momento em que muitos sentimentos e pensamentos se confundiam. Sinto que a minha caminhada interior continua, e ainda tenho muito que caminhar...

Também as noites de festa no Oyak foram fantásticas, bem como todos os momentos nos grupos de refllexão, as coisas que aprendemos uns com os outros... A palavra saudade ficou no ar, e muito muito mais... Amizade. Inglês, alemão, italiano, espanhol, francês e português tornaram-se em alguns momentos numa só língua. Seria tão bom reviver tudo outra vez!

E teria muito mais para dizer, mas mesmo que escrevesse um livro inteiro não ficaria nunca tudo dito. por falar em livros... Comprei dois livrinhos do Irmão Roger. Parecem-me interessantes. Tenho de os ir ler!

E no final desta semana, ainda soam as guitarradas, as cantorias, ainda se sente o sol queimar enquanto se espera que a fila para o almoço abra. Há ainda a lembrança das correrias à chuva debaixo de uma trovoada de Verão, que nos fez ir dormir para uma tenda comunitária porque a nossa estava molhada... Ainda se sentem as curvas e solavancos no autocarro... E no final, não viémos no autocarro apenas com "gente do norte", mas com mais amigos, que penso que ficarão para a vida.

Ir a Taizé foi continuar a crescer, a aprender, a viver! Foi como uma fonte de energia para as nossas vidas. Agora não podemos dexar que a chama se apague. Que este amor permaneça disperto em nós!














Thanks to everyone! Your're in my heart.


"Peregrinação de confiança através da Terra"
Próxima paragem: Porto. Em Fevereiro de 2010, encontro ibérico de Taizé. Que tal experimentar um Carnaval diferente?
:D

8 comentários:

  1. Bernardo:
    Sim, gostava de saber tocar, visto que tenho uma belíssima voz de cana rachada, e fico constrangida sempre que vejo toda a gente à minha volta a cantar e tocar adoravelmente... Mas acho que me vou dedicar aos ferrinhos... pode ser que consiga acertar com algum ritmo!

    Pretty Flower:
    Só tenho a dizer... Foi espectacular :D

    ResponderEliminar
  2. Adorei a reflexão desses momentos. Está mesmo muito bonito!
    Parabéns.

    ResponderEliminar
  3. Carolina Fialho06/09/2009, 21:07:00

    Que mais posso eu dizer?
    Inexplicável. É Taizé. «(...) para partir, cheios de algo invisível.» É viver o verdadeiro amor que Deus tem para nos dar. Não há melhor forma de vida que aquela que ele nos dá!



    Texto magnífico Adriana! =)
    quero essas fotos eheh

    beijo grande, com amor*

    ResponderEliminar
  4. Ciao Adriana!
    Thank you for your presence!
    God bless you!
    Marco from Italy


    Nice Photo!

    ResponderEliminar
  5. Taizé é assim..não se explica**

    sentimento bom

    muah...*.*

    ResponderEliminar
  6. Rosalina Pires23/10/2009, 14:03:00

    Olá. Estás boa? Sou a Rosalina, fomos no mesmo autocarro a Taizé.
    Gostei de ler a tua reflexão. É uma bonita partilha sobre o que se vive em Taizé. As fotografias despertaram-me nostalgia :.) Um grande lugar de comunhão com Deus e com os outros, que nos proporciona a grande aprendizagem que é olhar o outro como alguém que tem a presença de Deus em si.
    Um abraço
    Rosalina.
    Se tiveres curiosidade, podes ver as fotos que tirei em Taizé nessa semana em olhares.aeiou.pt/Saly.


    olhares.aeiou.pt/Saly

    ResponderEliminar

Vá, diz qualquer coisinha!
Eu gosto de comentários!
:)