05 agosto 2009

Os loucos de algures

Morreu. Deixou de dormir... de comer... de respirar. Morreu de desgosto. Não tinha mais ninguém com quem partilhar os seus anseios... Ela foi-se embora, foi para longe. Foi como se o tivesse abandonado. E ele ficou só... Achavam que era quase louco, ninguém mais lhe aturava as manias... Falava em telepatia... em telepatia com interferências. Dizia que não conseguia comunicar. Achavam que era quase louco, mas não louco, porque admitia ser louco. Ele fazia rir, quando fazia caretas. E ela ria... E falavam todos, todos os dias. Até ao dia em que ela desapareceu do mapa, e ele morreu. Morreu de desgosto, morreu de saudade. Triste, só, e abandonado.
Cada um seguiu o seu caminho... Tinha de ser assim. Davam-se bem, talvez por também ela ser louca. Mas ela teve de ir embora. Não puderam mais falar todos, todos os dias. E ele não aguentou. Rodeado pelo mundo, mais sozinho do que nunca, porque ela não estava ali para o compreender e apoiar, para rir com ele, com ele chorar... Não estava ali... Nem podiam conversar.
Ele, louco, morreu de desgosto, por não a ter por perto. Só não sabia ele que ela, tão louca, também tinha morrido. De saudade.


*(Private message: Desculpa, mas não consegui escrever isto sem deixar de me rir que nem louca!)

1 comentário:

  1. Muito bem, não faria melhor!
    Gonçalo M. Tavares tem concorrência!=P
    Esses loucos de Lisboa...XD
    Bj**

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